331[-][-] $a | A última fase de actividade vulcânica na ilha de S. Vicente ocorreu no Quaternário e está representada por lavas e escórias de natureza essencialmente basanítica, aflorantes em pequenos aparelhos vulcânicos situados no litoral nordeste. Neste trabalho apresenta-se um conjunto de dados de química mineral e de geoquímica de rocha total, englobando composições em elementos maiores e traço, destas rochas vulcânicas quaternárias de S. Vicente. Estas composições indicam que as lavas são alcalinas sódicas apresentando grau de subsaturação variável (basanitos a metanefelinitos), num espectro composicional restrito e pouco evoluído. Como é típico de lavas alcalinas, encontram-se extremamente enriquecidas em elementos incompatíveis. Ao contrário do proposto por anteriores autores a ocorrência de metassomatismo carbonatítico não é considerada como causa significativa deste enriquecimento. A forte fraccionação entre LREE e HREE e as anomalias negativas de Rb e K nos padrões normalizados de elementos incompatíveis denunciam a geração dos magmas na presença de granada e anfíbola residual. Para a preservação destas fases residuais acessórias contribuiu o facto dos magmas resultarem de pequenas percentagens de fusão (9 a 16 %). Concluiu-se que as lavas de Calhau, as mais subsaturadas, foram geradas por taxas de fusão mais baixas e a maiores profundidades (correspondendo a pressões da ordem de 3,2 Gpa) que a média obtida para a profundidade de segregação magmática dos restantes magmas (x=2,6 Gpa). O uso de razões entre elementos incompatíveis revelou a natureza não primordial da fonte mantélica e o seu carácter fortemente heterogéneo. Demonstra-se que tanto os magmas caracterizados por profundidades de segregação magmática semelhantes como os gerados a diferentes profundidades apresentam razões entre elementos-traço fortemente incompatíveis (e.g. Ba/La) distintas, sugerindo a existência de heterogeneidades mantélicas verticais e horizontais. Tais heterogeneidades na fonte mantélica foram as principais responsáveis pela variabilidade geoquímica das lavas estudadas, sendo, no entanto, também de referir variações na percentagem de fusão e a ocorrência, para o caso de Salamansa, de processos de cristalização fraccionada incipientes (F=0,8). Para explicar as evidências químicas para a participação de anfíbola na petrogénese das rochas estudadas, é proposto um modelo que envolve a contaminação dos magmas em ascensão por fundidos enriquecidos gerados na litosfera. |